quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Tudo estava igual, mas agora o ar se cortava com faca. Ele sabia o mal que fizera a ela, mas não imaginava que o tempo, embora um só, fazia-se lento para aqueles cujo mais grave e único delito fora amar demais.

Quis manifestar-se, mas a vergonha de sua mesquinhez o manteve silente a observar o tempo que esquecera de passar por ali. Pensou em dizer a ela toda a verdade, a confusão que lhe tomou o peito e fê-lo agir sem respeito com alguém a quem um dia dirigiu palavras de amor questionavelmente verdadeiro. Fraco, não pôde; não quis; não soube.

Mas agora ela estava ali, olhando para ele, esperando qualquer palavra que nem ela, nem ele sabiam.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Sentou-se em frente a ele, encarando-lhe o olhar baixo de quem em bolsos escondia as mãos. Ponderou. Levantou-se mais uma vez e flutuou em direção ao café que esfriara sobre a mesa. Deu um gole, talvez o mais amargo desde a partida dele. Voltou a encará-lo.

Quis lhe bater, macular os traços que ainda restavam daquele a quem um dia se entregou. Não havia por quê. O amante sucumbira entre os lençóis; o amado, no desbotamento natural das lembranças que, naquela cidade fria, ele deixou para trás.

Em pensamento, atirou a xícara contra a parede branca, mas deixou por isso, porque depois estaria mais uma vez sozinha a juntar cacos, remontando metaforicamente o que vinha sendo a sua vida desde o dia em fora amputada da história que ajudou a construir.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Eram 7h da manhã de um sábado nublado.
Sentada à mesa, ela lia as manchetes do dia anterior. O café esfriara e o pão, adormecido, permanecia encostado a um canto do prato.

Ouviu a campainha. Dirigiu-se à porta e pôde avistá-lo pelo olho mágico.
Quanto tempo havia desde seu último contato? Por que a procurava agora?

Amarrou o robe floral de seda e, respirando fundo, girou a chave e a maçaneta. Olharam-se por poucos e infindáveis segundos, até que ele, no olhar, convidou-se para entrar. Embora receosa, apontou-lhe o sofá ao lado do corredor, onde repousavam as almofadas que ele lhe dera em seu último aniversário.

O tempo havia parado ali: os mesmos quadros, os livros e as correspondências que ele deixara para trás. Olhou ao redor e lembrou o que viveram naqueles espaços: entre cafés e fotos, risos e abraços ausentes; a lista das coisas que sonharam juntos, em separado.

Enquanto isso, encostada à janela, ela fitava as nuvens que ainda se podiam distinguir no céu cinzento. Cultivava o silêncio que ele lhe oferecera durante anos de ausência inexplicada; esperava por um gesto, por uma palavra que lhe justificasse o tempo que esperara por eles. Nada.

Então ela se viu sozinha, como sempre esteve, mas respirou toda liberdade que alguém poderia ter. E, de repente, ser livre não mais a assustava.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Quando chegou o momento de conhecerem-na como só Ele sabia, Ela se permitiu sorrir. Ingenuamente, sem saber que a distância entre aqueles corpos era intransponível, o Outro lhe perguntou: "De que sorris?"
Não soube nem lhe pôde explicar, mas quase morreu de saudade, real e pleonasticamente, porque seus sorrisos eram cuidadosamente construídos por eles dois. Ele os entendia bem e ficava feliz em vê-los. Da mesma forma, Ela era feliz em ouvir todos os Seus sons.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Não adiantava mais tentar. Seu coração ardia como pés em fim de baile.
Endurecida na esperança de um amor que não lhe era mais oferecido, quis reencontrar, perguntar "Como vai?", ser dele em sua mais sincera e delicada plenitude. Não pôde.

Precisava se apaixonar, nem que fosse por ela mesma.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Obrigada por me escrever. Há tempos não me reservavam tão sinceros sentimentos, mesmo sendo de pesar.
Não. Não se angustie ao ver as minhas lágrimas, porque, também há tempos, não as conheço mais.
O que me apressa é essa virtude a que chamam de paciência, mas que me entrega à solidão.

Peço-lhe que, ao me observar, se meu peito vir chorar, não se culpe. As pernas continuam tortas, mas ainda sabem caminhar.

Beijo no coração.

domingo, 19 de setembro de 2010

Gosto do colorido e dos contornos da vida nova.
Mas, por ora, ficaria satisfeita com uma vida em tons de cinza, naquele famoso preto e branco que daria a ela toda a subjetividade romântica de que tanto preciso.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Na gaveta, um papel mal dobrado, com traços de amassado.
Abriu-o.

"A mim, bastaria que me dissesses ter lembrado de sermos feitos um pro outro. Um chamado em qualquer noite fria, para que eu levasse a ti meu aconchego e para que me fizesses sorrir daquele jeito que não sorri para mais ninguém. A mim, talvez, bastar-me-ias."

Não sabia mais por que o escrevera.
Mal educada, jogou-o pela janela, e para fora de uma vida que um dia também foi sua.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Esta é só mais uma história comum de um par de pernas curtas.
Uma história da qual você já deve ter ouvido falar, mas não faz ideia do tanto que ainda está por trás e que vem à tona de mansinho, querendo derrubar.

As suas pernas curtas

As pernas curtas tinham um caráter doce e um sorriso cativante. Andavam sempre em boas companhias e arranjaram um par de pernas tortas com quem se enroscar. O enlace foi tão certo, que resolveram se casar.

Mas as pernas tortas não sabiam que as pernas curtas estavam fazendo aquilo só porque achavam que as pernas, mesmo tortas, eram legais. As curtas não queriam mais com as tortas se enroscar. Era um esforço para as curtas pensar em dividir o mesmo espaço com pernas agora tão sem graça. Mesmo assim, as pernas tortas eram legais e já haviam caminhado longo percurso ao lado das curtas. E ratificaram se casar.

Mas, pouco depois, o joelho na quina da mesa de centro.

E as pernas tortas aprenderam, com aquela dor aguda, que com pernas curtas não se deve casar. Afinal, é complicado lidar com quem quer dar passo maior que a própria perna, não é mesmo?

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sensacional isso que vi no blog de Carol! :)
Superficial & Elementar: Encontre alguém que feche o seu Zíper: "Não é novidade para ninguém o alto índice de mulheres independentes nosso tempo. Elas ganham seu próprio dinheiro,suas carreiras, carros, ca..."

Preciso de um! :~
Já lancei a campanha no GTalk, no MSN e, agora, aqui no Blog.

ahahahaha

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ela acordou temerosa. Queria a liberdade da juventude. Mas, aos 12 anos, não sabia que os 24 chegariam tão logo ela piscasse os olhos.

E a juventude chegou.
Por vezes, quis botões de rewind forward. Se os tivesse, tê-los-ia usado certamente, mas perderia toda surpresa, todo encanto e toda dor do que se configura tão poético e dela.

Hoje, relembrou o que pensara com metade de sua idade e percebeu que tudo e nada mudou: sobreviveu e está viva, vivíssima, para continuar a morrer de novos amores.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sem muita filosofia, gostaria de que as pessoas me definissem razão, dificuldade e coragem.
Isso porque ouvi dizer que, separadamente, nós dois temos razão. E, pior!, que as suas decisões foram difíceis e corajosas.

Ah, meu pai! Assassinaram a lembrança de amor que havia em mim.

sábado, 31 de julho de 2010

Quando comprei minha passagem para Recife, a ideia era ficar o menor tempo possível, apenas o suficiente para rever família e amigos. Como falei, estar de volta a casa era, no mínimo, confuso, porque o todo tão novo daqui de Belo Horizonte não me permite pensar muito no que vinha tentando deixar pra trás. Mas aí eu vi que Recife ainda tem muuuita coisa nova para mim. Muita mesmo! E acho uma pena ter voltado tão logo a BH, porque queria ter aproveitado mais e melhor as pessoas.

E talvez seja cedo para dizer, mas acho que este blog segue, mas feliz e definitivamente sem o motivo que o criou.
Sarei.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Roupa suja é lavada na web
Publicado em 25.07.2010

Se, no início, a internet funcionava como cupido, agora, a rede virou ringue de disputa e exposição de relacionamentos








Olívia Mindêlo
Especial para o JC

Quando a internet começou a se popularizar, era mais comum ouvir histórias de namoro virtual do que de briga de casal indo parar na rede. Hoje, a impressão é de que a web serve mais a rompimentos do que a encontros. Ajuda a expor e desencadear crises na vida a dois do mesmo jeito que faz alguém se apaixonar pelo desconhecido da tela. A exposição de fraturas emocionais de relacionamentos, por exemplo, é cada vez mais frequente, sobretudo nas redes sociais (Orkut, Facebook, Twitter etc.). Da desconfiança à difamação, do ciúme à vingança, tudo cabe na net. Os personagens (geralmente) são reais e os internautas costumam dar corda a novelas do tipo.

Um desses capítulos folhetinescos da web foi assistido no Brasil inteiro este mês. A advogada Vívian de Oliveira, de Sorocaba (SP), 34 anos, virou protagonista de um caso de exposição de intimidade na internet. Detalhe: provocado por ela mesma. Ao descobrir que a sua comadre saía com o marido dela havia cinco anos, Vívian chamou a amiga para tirar satisfações em sua casa, enquanto uma câmera escondida filmou tudo. Durante cerca de uma hora, mostrou o atestado da traição: um calhamaço de e-mails impressos, trocados entre os amantes. A lavagem de roupa podia ter ficado entre quatro paredes, mas Vívian preferiu usar a rede para jorrar o sangue quente. Uma versão de dez minutos do reality show, em que ela terminava agredindo a amante do marido, foi parar na página do Orkut da advogada. O vídeo não ficou muito tempo por lá, mas o suficiente para se espalhar pelo mundo.

O assunto logo, logo foi a júri popular online. Em mídias como o Twitter, as opiniões se dividiram, mas foi frequente um coro em favor da atitude da advogada – algumas vozes apoiando o fato de ela ter batido na amante do marido. No mural de debate postado pelo JC Online na semana passada a respeito do triângulo amoroso de Sorocaba a internauta Tâmara Michelly de Almeida disse: “Faria a mesma coisa com a amante e com o marido (que de início foi deixado). Os dois são cínicos e covardes”. Adriano Philippini concordou: “Não se trata apenas de uma traição física, mas também é uma traição de confiança (do marido e da amiga) e de convivência entre os filhos do casal”. Já Ana Lúcia Félix não faria tanto: “Deixaria os dois: marido e amiga, pois ambos não mereciam minha amizade, e partiria pra outra. Na vida o que importa é ser feliz”.

Já o resultado da enquete “Qual sua opinião sobre exposição de crise de relacionamento na internet?’, também postada no JC Online, deu maioria contra (132 votos), enquanto 21 participantes se mostraram favoráveis e 18, sem opinião a respeito. A questão é que nem sempre a violação da intimidade a dois depende do casal, como foi o caso da advogada de Sorocaba. Às vezes, terceiros entram em cena para tentar atrapalhar um namoro ou um casamento – e há quem consiga. No Brasil, o Orkut parece ser campeão de situações assim.

A relações públicas e estudante de direito Renata Bivar, 29, revelou ter tido dois relacionamentos prejudicados pela exposição no Orkut. Em um deles, ela e o ex-noivo foram vítimas do ciberbullying, prática de quem se vale de meios eletrônicos para hostilizar e difamar alguém. Nesse caso, um usuário criou uma identidade falsa na rede social para ridicularizar o namoro.

“A pessoa, que a gente não sabe até hoje se era homem ou mulher, ia na minha página e na dele e deixava recado, ridicularizava, trocava o perfil e botava foto da gente. Foi muito chato e isso gerou atritos no namoro, lembrou Renata. “De dois em dois dias, essa pessoa atualizava com alguma coisa. Fazia até um bolão, apostando quanto tempo nossa relação duraria. Ficamos um ano e meio juntos e, durante um ano, foi essa história”, contou a estudante, que acredita ter sido vítima de alguém conhecido, porque o usuário colocava fotos de ex-namorada dele e sabia quem os dois eram.

“Foi bem difícil na época, era início de namoro e isso mexeu com o relacionamento. Foi uma situação além do Orkut, porque acabou envolvendo telefonemas de número confidencial”, confirmou o ex-namorado de Renata, que preferiu não se identificar. Ele acredita que o caso, apesar de ter gerado um mal-estar no relacionamento, não foi responsável pelo rompimento dos dois.

Para Renata, o fato contribuiu para o declínio da relação. Mesmo assim, ela não quis sair do Orkut, ao contrário dele, que, uma vez professor, preferiu fechar a página por ter se sentido exposto demais. “Não saí do Orkut, porque é minha vida. Um veículo que tinha contato de muito tempo com meus amigos do Salesiano. Se eu saísse, iria inflamar mais ainda, e eles arranjariam outro jeito de perturbar”, justificou Renata.

A gerente de importação Mariana Moura, 31, afirmou já ter tido muita dor de cabeça com relacionamento por causa de internet. “Tive altas histórias com o Orkut, com foto, depoimento, muito problema.” Em um dos casos, Mariana chegou a bloquear e denunciar no site a atual mulher de um ex-noivo por postar injúrias e calúnias em sua página. “Nunca respondi, detesto baixarias. O Orkut ajuda, mas tem seus inconvenientes. Para quem não sabe usar, é um inferno. Digo por experiência própria”, disse a gerente.

Com a mestranda em linguística Ana Luísa Freitas, 24, a história foi diferente. Sem citar o nome do seu ex-noivo, foi dela a iniciativa de expor o fim de seu relacionamento na internet. Nada de Orkut ou Facebook. Preferiu criar um blog (http://oquetenhodemaismeu.blogspot.com/). O propósito não foi se vingar ou destilar ciúmes, mas relatar com originalidade uma dor que não cabia em choro de quarto ou palavra dita. A história é triste: depois de pedi-la em casamento, o ex-noivo desistiu dela, de uma hora para outra, sem conversa nem maiores explicações. “Resolvi escrever para botar pra fora. A gente tinha uma relação estável, estava junto há cinco anos e quatro meses. Foi um choque para muita gente e então, como a família perguntava o tempo inteiro, resolvi publicar tudo em um blog”, contou Luísa.


Uma prova de que a intimidade na rede não precisa ser sinônimo de baixaria nem exposição desgastante. É como o psicoterapeuta de família Roberto Faustino de Paula costuma dizer: “Tudo depende do uso que se faz da internet.”


Disponível, para assinantes, em: http://jc3.uol.com.br/jornal/2010/07/25/not_386113.php

Destacando.

Zoom.

domingo, 25 de julho de 2010

Pois é.
Este blog foi citado pela jornalista Olívia Mindêlo, na Revista JC de hoje.

Se este é o seu primeiro acesso, seja bem-vindo e, querendo conhecer a minha dor, inicie a leitura dos meus desabafos em ordem cronológica, a partir de 15 de outubro de 2009, para que eles façam sentido.

Não espere, aqui, relatos com nomes. A ideia era, como disse Olívia, exprimir uma dor que não cabia mais em choro de quarto.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Domingo, este blog será mencionado no JC.
A repórter me entrevistou por telefone e me fez algumas perguntas (claro!!). Umas um tanto difíceis de serem respondidas, mas uma me chamou a atenção:

- Quando você matar a sua dor, você matará o blog?

Se eu o tivesse matado, estaria mentindo.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Estar de volta a Recife, mesmo que de passagem, é, pelo menos, muito confuso. A vantagem é ver minha irmã feliz, formada, nutricionista. :)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

"Ele morreu, Ana. Enterra e ponto."

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Já passou aquele tempo de não saberes de mim. Então senta aqui, meu menino, que tenho muito a te dizer.

Minha vida tem andado, mesmo que não lado a lado com meus sonhos junto a ti.

Há algum tempo, sou cicerone de mim mesma em minha própria dor. Menos dolorida, mas ainda dor. Isso porque observo, de longe, o teu olhar. E te confesso, sem receio: temo saber se com outros olhares ele está a cruzar.

Quanto ao meu, ele tem, sorrindo, passeado por aí. Tem até estado nos desejos de outras pessoas, para as quais não permito que tu existas. Tenho medo, sabe? Tenho medo do que pensarão se contar a elas o que entre nós deixou de existir. Não é por vergonha. Longe de mim! Só não quero vê-las pensarem mal daquele menino que me fez tão feliz. E pensarão, tu sabes. Dir-me-ão tudo aquilo já sabido (e de que discordo), e não é de opiniões sobre ti de que preciso. Quero as tuas opiniões - e digo isso só para não ser escancarada e simplesmente dizer ao mundo que te quero.

E tenho sido feliz, apesar de tua desumana indiferença.
Tenho tido o desejo de estar com outras pessoas, de pertencer a outras pessoas. Mas continuo guardada e te aguardando, porque tenho medo do que chegará aos teus ouvidos, se me virem por aí.

terça-feira, 8 de junho de 2010

- ... então você me perguntou do que eu falava. Respondi que era dele, o soberano que em tudo me amarga e surpreende. Ele, ele mesmo. Aquele de quem eu não tinha notícias suficientes, mas que perturbavam o meu silêncio mais gritante. É, eu já sei. Não precisa me dizer. Há tempos ouço seu assovio da janela. Eu o tenho acompanhado, não pense que não percebi. Mas é que estou sentada na poltrona à janela... Eu tento, mas não posso ainda olhar por ela. Desculpe. Temos mesmo que desligar?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O problema está nesse desequilíbrio, nesse querer e não querer tão desmedidos. Esses extremos tão confusos a que me submetes.

E o meu medo, porém, não é o de te ter perdido para sempre, mas o de pensar que jamais me perderás.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Adianta fugir?
Meu final de semana foi repleto de passado e de você.
Mas agora invertem-se os versos que cantávamos tão amantes de nós dois.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Qual o limite entre meu amor, meu orgulho ferido e minha razão?
Olho para dentro de mim e me pergunto todo dia. Se, porventura, descobrir, talvez nem lembre mais por que quis tanto saber.

Assim espero.
Amém.

sábado, 8 de maio de 2010

As coisas, em seu tempo, acontecem naturalmente, como costumam dizer.
Mas, aqui da minha janela, só vejo esse tal de Tempo passar, e passar, e passar... e, com ele, tudo e nada muda. Bem assim, simultanemente.

Às vezes, quero deixar a porta aberta. Não gosto da ideia de você chegar, chamar por mim, e eu, perdida num cochilo, não saber do seu amor.

Penso em, ao acordar, ver que você me observava há algum tempo, daquele jeitinho parado, com uma vontade latente de tocar meu rosto, mas naquele medo de interromper meu sono e meu encanto.

Mas todo dia, dia a dia, esqueço um pouco de você.

E é pelo que esqueço que continuo a fazer planos, a cogitar nós dois, porque não é feio ou vergonhoso sentir o que sinto. E, se me perguntam, respondo instantaneamente: Eu amo, ué! Fazer o quê?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Com todos os seus medos e suas noções de tempo, a madrugada invadiu a minha casa. Sozinha, imploro por um raio de sol que atravesse a cortina e me diga: levanta, que hoje há muito por fazer. Mas, nos ouvidos, toda atenção para não perder nenhuma aspiração.

sábado, 10 de abril de 2010

Talvez a parte mais difícil nisso tudo seja ver, por acaso, os planos que fizemos serem realizados por e com outras pessoas. Mas isso é só mais uma etapa a ser vencida. (E será, como todas as outras.)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Cansei de brincar de blog.
:(

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Não tenho tido instiga para fazer registros por aqui, mas sei da vontade de alguns em saber mais como está a minha vida em Belo Horizonte.

Aos que perguntam, continuo a responder: vai bem, obrigada!
Tentarei resumir essa semana em atividade, em alguns tópicos.

Os primeiros dias de aula
Bem tranquilos, eu diria, não fosse ter aula das 14h às 22h30, na segunda-feira. Mas pessoal gente boa, professores bons, conteúdos beeem legais.

A busca por apartamento

Quinta-feira (11), visitei mais um apartamento. Aqui em BH tudo é muito longe e, das 6h que passei na rua, seguramente passei 4h30 enfiada dentro de ônibus, nos trajetos casa > imobiliária > apartamento > imobiliária > casa. Tenso e dramático.

Mas eu visitei o apartamento e achei joia! Ele parece ter uns 85m², com dois quartos, um banheiro, uma sala bem ampla e clara, cozinha pequena, mas com área de serviço bem separada. A localização não poderia ser melhor: a uns 400m do meu prédio na PUC. A única coisa ruim no apartamento, ao menos para essa primeira impressão, é o piso. Por ser de tacos, tem vááários soltos ou soltando. A moça da imobiliária disse que a proprietária está disposta a abater esse conserto nos aluguéis. Sendo assim, arrasou!

Já estamos com a documentação separada, pronta para ser submetida à análise da seguradora. Sendo aprovado, o apartamento será "meu". Aí é consertar o piso, colocar as lâmpadas, providenciar a geladeira, o fogão, a cama e quaisquer outras coisas essenciais para uma vida de estudante solitária, durante uns 15 dias. Isso porque minha mamadi vem me ajudar (para não dizer bancar) a montar o apartamento por dentro.

O resto
Não tenho feito turismo, porque é meio esquisito ser turista na cidade em que se mora. Por isso, a quem me pede fotos: fiquem calmos, que uma hora elas chegam!

Mas uma coisa foi bem legal!
Quando ia para a imobiliária, passei em frente a várias escolas. Em pleno sol do meio-dia, as calçadas fervilhavam de crianças e adolescentes. A cidade ganha um ruído especial com todas aquelas risadas. O melhor, dava pra ouvir do ônibus, quando ele parava perto de alguma escola. Deu saudade dos meus pequenos, que me mandam scraps, e-mails , tweets e depoimentos quase que diariamente.

O coração?
Vai bem, obrigada.

A saudade?
Vai bem, obrigada.

O carnaval?
Por favor, não me falem em carnaval.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O blog parece ter perdido o fio da meada, ao menos até eu encontrar algo interessante para tentar dizer.
No entanto, alguns me pedem para saber de Belo Horizonte e aqui vai...

Na terça e na quarta-feira, não consegui sair de casa a não ser até a padaria (que fica a 30m daqui). Dizem que, no Nordeste, faz calor, né?! Faz não. Calor é aqui! 36º, 37% de umidade relativa do ar, sensação térmica de 40º. Segundo Rodrigo, hoje deu no jornal que a sensação térmica era de 50º!!! Oh, céus! O_O Mas eu acho que isso foi em algum outro lugar, porque hoje achei o dia menos quente.

À tarde, fui com Guilherme visitar dois apartamentos com os quais simpatizei. Digo a vocês: que coisa difícil é arrumar um apartamento 100%. Quando ele é legal, ou é caro, ou é longe, ou não tem transporte na porta. Eu pensei, seriamente, em fechar negócio com o apartamento que ganhou meu coração, porque ele fica a 700m do meu portão da faculdade!! O triste é que os ônibus não chegam até ele :( Nem perto o suficiente para eu querer/precisar sair/chegar de repente ou em horários que exijam maior cuidado. Muito triste isso. :( Pensei em comprar uma bike, mas não vi ainda um corajoso sequer que me estimulasse. :(

Mas aí estou à procura. Quer dizer, minha mamadi está à procura e eu, às visitas. Quando eu tiver alguma novidade, aviso! :)

*Só uma coisinha: eu detesto isso de o blog ser algo do tipo "Meu querido diário, hoje...", mas é o que está saindo. Perdoem-me! :(

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Agora, no MSN, Duda veio me perguntar sobre algo que falei dos meus 20 anos.
De repente, um vazio se instalou no meu peito: já tenho quase 24 e não me recordo dos meus 20 anos. :(

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

À tarde, a conversa na cozinha fê-la pensar em tudo, no todo, no nada. No nada.
Percebeu, então, que pensava mais em nada: nem nele, nem neles, nem naquela coisa que, de súbito, algumas vezes lhe faltara.

E, assim, talvez ela finalmente possa dar as boas-vindas à nova cidade, muito embora esteja como tinha de estar: grávida de incertezas, afetos, temores e saudades, mas feliz, por tudo isso ser por ela, somente por ela.

domingo, 31 de janeiro de 2010

A ideia primeira deste blog não foi ser um diário. Penso, porém, que ele já cumpriu a sua função. Por isso, peço-lhes licença para lhes contar dos meus poucos dias como residente em Belo Horizonte, MG.

Antes de tudo, quero agradecer a todos que puderam estar comigo nesses últimos dias em Recife, pessoal ou virtualmente. Mas quero registrar um agradecimento especial aos meus três maridos: Leo, Carlos e Tibério, que foram meu romance das férias e estiveram comigo inclusive nos últimos momentos, no aeroporto. E a Dani, por eu não ter estado com ela nas férias, mas por ela também ter estado comigo no aeroporto, desafiando marido e segurança da cidade. Obrigada, amores, de coração! :) Os demais amigos sabem o quanto foram fundamentais para mim nesses meses também, mas não dá pra sair dizendo um a um. :(

Então vamos lá!

Os voos Recife > Rio de Janeiro >> Belo Horizonte foram bem tranquilos. Turbulência quase nenhuma. Cheguei a BH no dia 29, às 9h40, e meu primo Guilherme foi-me buscar no centro, na estação do "Conexão Aeroporto", ônibus que faz o percurso Confins > Centro > Confins. Passamos num supermercado para que eu pudesse comprar alguns itens que não vieram nas malas e viemos para a casa dele. Perto das 13h, almoçamos e, na sequência, capotei de tanto sono, porque não consegui pregar os olhos no avião. Dormi, então, basicamente, das 14h às 20h (horário daqui), quando me acordaram para jantar. Depois, MSN (claro!) e filme (O silêncio dos inocentes). *O detalhe desse dia é que Guilherme tem uma cachorrinha (Manu). Os que me conhecem mais de perto sabem que eu não tenho assim o dom com animais de estimação e, muito menos, se eu estiver com sono (né, mãe?!). Aí a coitadinha quis muito que eu desse atenção a ela. Não dei... de repente, não mais que de repente, havia xixi no meu colchão e cocô no 'meu' tapete. Oh, céus! :) Mas tudo tranquilo e fácil de limpar, porque meu colchão é inflável, emborrachado.

No dia 30, acordei com um telefonema de Stephanie, confirmando meu convite para almoçar no Mercado Central. Eu me organizei o mais rápido que pude, mas Step me deu um chá de perna no mercado :) Mas foi joia, que eu conheci cada cantinho do mercado - que é o máximo, diga-se de passagem. Depois, quando Step chegou, batemos perna por BH, até chegarmos à Praça da Estação, onde havia um protesto para que fossem permitidos, mais uma vez, eventos no pátio da praça (os eventos foram proibidos após uma reforma). Não tirei fotos ainda, porque terei muito tempo para isso. No entanto, peguei umas no Google, para vocês verem:

(Fonte: http://blogdaana.files.wordpress.com/2009/07/praca.jpg)

(Fonte: http://www.top6.com.br/geo/geo.JPG)

A segunda foto, obviamente, é de algum evento ocorrido na Praça e era por isso o protesto, a favor dos eventos.

Na verdade, o protesto era uma baita duma baguncinha: as pessoas, aproveitando o sol e o calor que faz aqui em BH, foram com roupas leves e/ou de praia e disseram que ali era "a praia". A meu ver, não havia de fato um protesto, mas uma vontade explícita que alguns grupos têm de aparecer de alguma forma (perdão a quem apoia esse tipo de coisa, mas é o que penso).

Depois eu voltei pra casa e, no caminho, Guilherme me ligou para comermos sushi. Ele me pegou no meio do caminho e lá fomos nós. Depois, casa, MSN (claro!) e cama.

Hoje, dia 31, fomos à feira hippie que acontece todo domingo. Não é bem uma feira hippie, mas assim ficou conhecida. É uma feira tipo "Domingo na rua" da rua do Bom Jesus, só que com 1km de extensão (acho que é isso). Tem de tudo e é super organizada. Não comprei nadinha, porque terei gastos pesados muito em breve. No entanto, ao sairmos da feira, caímos na minha amada McDonald's e cá está nosso almoço:

Eu pedi 4 cheeseburgers e um Kuat 500ml, porque a fome estava valendo, mas só comi isso até agora, o dia todo. Cecília vai dizer que não interessa, mas eu juro que prometo voltar à dieta. É porque ainda tenho que comprar as minhas comidas da dieta (pão integral, iogurte, sucos light...). Juro que, quando voltar a Recife de férias, em julho, estarei igual ou melhor que quando saí! :)

Então é isso. Acompanhei o jogo do Sport pelo site da CBN Recife e, cá pra nós... :( Só amando muito mesmo! :)

É isso, sô! (Não, não se preocupem, que eu não vou perder meu sotaque nem meu vocabulário!!!)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A cabeça diz: "Vai!"
Mas o coração insiste em não querer arrumar as malas.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

So kiss me and smile for me
Tell me that you'll wait for me
Hold me like you'll never let me go
'cause I'm leaving on a jet plane
Don't know when I'll be back again
Oh babe, I hate to go

(...)

Then close your eyes
And I'll be on my way
Dream about the days to come
When I won't have to leave alone
About the times when I won't have to say...


domingo, 24 de janeiro de 2010

Quando a gente acha que tudo está bem morto, quase frio, descobre que ainda falta mais um pouco para matar.

Hoje, ao som de A outra letra q, revivi um passado bom, um breve passado ruim e vislumbrei esse presente em construção.

Obrigada, Biuzão! Você é mesmo um querido e essa dedicatória pode ser sem importância pra muita gente, mas me ajuda a cicatrizar essa ferida que insiste em não sarar.

:*

A outra letra q - Posso
Livraria Cultura, em 24/01/2010

Se, ao final da noite, minhas pernas ainda me obedecessem, eu teria corrido ao seu encontro, para continuar mergulhada naquele abraço tão bom. Juro que teria.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Talvez eu fosse aquele soldado que se entregou à espera da injusta princesa, até optar por si.
Mas penso que, lá dentro, em seu castelo, a princesa não é de todo má e também se tenha entregado a uma espera. Só não soube ainda, por isso, olhar pela janela.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Eu adoro as sugestões de amigos do Facebook. (Y)
Se ele soubesse que eu não queria nem virtualmente mais...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Eu ainda me surpreendo com coincidências!
Em 9 de outubro de 2006, em meu falecido fotolog, postei um sorriso dele, dos meus preferidos. Qual a legenda da foto? ahahahahahahaha


*Pra quem não sabe, 9 de outubro de 2009 foi o dia em que eu tomei aquele tal de avião e, chegando ao destino, não recebi sequer aquele aperto de mão.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Numa de minhas noites insones, conversava com um amigo sobre como são tristes os fins. Gostei de uma sequência de adjetivos utilizada por ele, ao descrever o que lhe ocorrera também recentemente: tranquilo, mútuo, definitivo. De imediato, acrescentei-lhe sobre o meu: desumano, desigual, unilateral, definitivo.

Não sei se é, mas é impressionante: por mais que tente me desvencilhar dessa conversa, sempre acabo chegando a ela. É uma espécie de Roma, pra mim.

E meus sentimentos são tão confusos... (!)

Acho que, no fundo, de forma bem honesta, eu só queria que ele desse uma bola dentro. Só uma!
E ele bem que se esforça, mas...

O lado bom é que eu sofro, mas me divirto e me inspiro.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Vinte e poucos anos estavam sentados na cadeira à sua frente e havia tempo que ela não desfrutava de tão boa companhia. Desacostumada, não sabia onde punha as mãos - e segurar o copo insistentemente faria dela, no mínimo, deselegante.

Ao perceber seu relativo descompasso, recaiu um braço sobre o encosto de sua cadeira e acabou por despertar nele, maliciosamente, um sorriso.

Falaram de quando e como se conheceram.
Lembraram amigos em comum.
Riram juntos das besteiras adolescentes que diziam.
Contaram o que faziam, os sonhos, as dúvidas que tinham.

E, naquele dia, afinal, tiveram o direito a uma alegria fugaz.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Ela ensaiou esta postagem em primeira pessoa.
Não deu.

As primeiras pessoas são sempre egoístas e plural de modéstia não caberia aqui, quando, para ela, um "nós" diz tanto.

A questão é que lhe vieram falar de cordialidade! E ela pesquisou:

Segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa,

cordialidade
substantivo feminino
1 qualidade de cordial
2 manifestação explícita de afeto e simpatia
Ex.: recebeu-o com viva cordialidade.

Gostou, particularmente, da segunda acepção. Não pelo afeto ou simpatia, mas pelo caráter de tornar explícito.
Pensou, pois, que cordial teria sido um abraço quando voou ao seu encontro, ou um telefonema no meio da semana, enquanto ainda se pertenciam um ao outro, mesmo que implicitamente.

Cordiais teriam sido tantas coisas! Tantas! Mas tudo era "tanto", que tornou pesada toda manifestação de carinho a quem um dia se lhe doou sem titubear.

E tanto que ela avisou... as palavras machucam!
Um "pelo menos" não é algo que se diga assim, sem pensar. Quando disse para não escolher as palavras, disse do mais fundo do coração, mas ela não tinha ideia do quão superficiais eram os sentimentos que ele ainda tinha.

Mas ele, pelo menos, lhe desejou parabéns. Pelo menos!!! (Só se esqueceu de todo o resto, pensou ela.)

Desse jeito, ela não se cansará de insistir que ele não se importa. Afinal é muito fácil dizer isso quando a superação está em estágio avançado.

Então, para cada cordialidade sem importância, ela lhe dará, sim, um tapa, pois o que ela sofreu por ele dá a ele o dever de oferecer a ela a outra face, para que ela lhe bata quantas vezes forem necessárias, até exaurir a sua dor.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Bem-vindo, 2010!
Não te quero assim tão diferente dos outros, mas te quero como jamais quis.
 

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