segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Acordada de um sonho intranquilo, conversou com sua mãe que já era hora de enviar a ele uma carta. Não gostou do sentimento impreciso que lhe tomou o sono na noite anterior e não saberia, jamais, conviver com algo tão mesquinho, especialmente para com alguém a quem um dia amou.

Sabia da rudeza de suas últimas palavras e, por isso, resolveu escrever-lhe:

Caro amigo,

É de coração aberto que te chamo assim. Sei que, por um tempo, muito tempo, não fomos amigos; apenas conhecidos. Todavia também sei que fomos companheiros e companheiros como nós, tão cúmplices de nós mesmos, não se encontram facilmente por aí.

Desculpe se fui rude ao te agradecer o teu desprezo, mas temia que minha mais humana alegria fosse inibida por mais um sorriso teu. Os teus sorrisos, bem sabes, não foram, nos últimos meses, aqueles pelos quais eu teria dado o meu reino para ver.

Senti-me triste por não ter visto, em tuas últimas palavras, a tristeza que senti quando nosso "nós" chegou ao fim. Hoje, porém, a decepção já se perdeu em meio às tantas boas lembranças que "o menino dela" deixou em mim. E também se foi porque sei que, em ti, "a menina dele" ainda existe, da forma como costumava ser: tua, somente tua, de mais ninguém. Ele dela e ela dele são o melhor de ti em mim; de mim, em ti.

Eu quis poder-te dizer tudo pessoalmente, mas esse teu mundo tão novo não me permitiu. E agora o meu mundo novo adiará, para talvez nunca mais, o reencontro.

Escrevo-te não para te dizer que perdoei.
Se isso te dissesse, hoje, não estaria mentindo ou agindo de má fé, mas tenho a certeza de que o meu coração, tão errôneo e tão mesquinho, lembraria, no futuro, que não era ainda capaz de perdoar e te diria, sem dó nem piedade, o quanto sofreu por ti. Não te posso desculpar, mas já não te vejo maculado, apenas equivocado na escolha que fizeste, ao dizer-me que te querias para sempre meu.

Não te peço respostas, mas não porque as tema. Peço-te somente que, se um dia pensares em te dirigires a mim, não tentes escolher bem as palavras, pois, longe de mim, estás destreinado e não me quererás magoar mais, assim.

Feliz 2010.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Feito e passado. Era assim que tinha de ser.

Segundo Caio Fernando Abreu, "As cidades, como as pessoas ocasionais e os apartamentos alugados, foram feitas para serem abandonadas."


Agora ela revê valores e sabe que abandonos, às vezes, são mesmo pro bem.

domingo, 20 de dezembro de 2009

A saudade já começa a bater, mas a ansiedade em receber os queridos em Belo Horizonte já me toma por inteiro.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Se Deus realmente existe, não tenho dúvida de que escreve certo, por linhas tortas.

Vocês têm acompanhado, neste blog, desde o dia 15 de outubro, a primeira grande decepção da minha vida. Talvez não tenha sido a maior, mas a primeira das grandes.

Vinha pensando, desde setembro, nos versos de uma música pouco sutil de Alanis Morissette:
'Cause the love that you gave, that we made
Wasn't able to make it enough
For you to be open wide

(You oughta know)
Sofri, inúmeras vezes, ao pensar que eu não era suficiente. Isso é muito triste. Podem ter certeza.

Sempre respeitei, porém, a nossa pouca idade, mesmo não tendo sido eu a primeira pessoa a plantar, na cabeça do outro, a ideia destruída com tamanha frieza e falta de consideração. E, por esse respeito aos seus "só 25 anos", deixei que a vida seguisse. (Estará mentindo quem disser que não.)

Como disse em Bonjour tristesse, esperaria o tempo necessário, por amor. Mas aí, outros versos de outra música tão clichê me vinham à lembrança: "Well I guess I'm not that good anymore / But babe that's just me" (Always, Bon Jovi). Sempre não-boa o bastante. Sempre.

Isso quase me consumiu, mas estar perto dos que amo e me amam foi mesmo basal.

E hoje estou aqui, por isto: Resultado FINAL - Mestrado em Linguística - PUC-MG.

Na tentativa pura e simples de fugir de Recife, acabei por encontrar caminhos que talvez não conseguisse, quando disposta a esperar. Se já valeria a experiência de ter ido a Belo Horizonte e ter-me permitido tentar, vale muito mais agora, por ter ido, conseguido e, melhor, em 1º lugar.

E, pra encerrar esta postagem, talvez a melhor tradução:

Chorei, não consegui esconder, todos viram.
Fingiram pena de mim, não precisava.

Ali onde eu chorei, qualquer um chorava.
Dar a volta por cima, MEU BEM, quero ver quem dava!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Em algumas horas, deixarei Belo Horizonte.
Levo na mala dois vestidos novos e um monte de expectativa.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Chegou ao fim a última etapa. A entrevista, em si, não posso dizer que foi um sucesso, mas digo porque, antes de fazer a primeira pergunta, um dos professores comentou:

- Bom, Ana, nós gostaríamos de comentar sobre a sua prova. Aquela questão sobre a linha de pesquisa que você escolheu foi muito boa. Muito bem articulada. Muito mesmo. Parabéns.

- Obrigada, professor!

*O detalhe é que esse professor é um dos autores do texto de referência para responder à questão. Ou seja: agradei ao autor nas considerações que fiz.

Bem, depois eles fizeram algumas perguntas e, até onde pude perceber, havia neles um riso no olhar, de satisfação. (Mas também pode ser que eu quisesse isso e, por isso, assim vi.)

No geral, acho que estou no páreo.
Pensamento positivo, claro, mas sem criar grandes expectativas. Afinal, só o fato de ter chegado até aqui, depois de setembro e outubro tão difíceis, já valeu a pena.

**Deixei de lado a modéstia nesta postagem, porque eu estou merecendo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

E não é que estou voltando a Belo Horizonte depois de amanhã? :)
Última etapa: entrevista.

Agora, sim, coração na mão.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Como tenho dito, não vem sendo fácil cortar vínculos. O próprio dicionário diz: vínculo é laço, é nó. E, aí, meus amigos, haja determinação para superar esses desatamentos. Alguns têm sido bem dolorosos, mas necessários, como bem sabem.

Por outro lado, enquanto desfaço uns laços, reencontro e encontro outros braços.

O último final de semana foi imprescindível para eu perceber quanto mundo ainda tem nesse Brasil de "meu deus!".

Agora é esperar o resultado, que já entreguei a Papai Noel.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Procura-se um romance.
Não desses que, pelo espelho, a gente vê na distância se perder.

Procura-se um romance de telefone.
De cinema. De cerveja. De sorvete.

Procura-se não um novo amor.
Mas deixo que esse me procure depois.
 

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