terça-feira, 27 de outubro de 2009

Uns choram calados; outros, em público.
Uns, copiosamente; outros apenas lacrimejam.
Prefiro as palavras.

Palavras-caminho, estrelas, precipícios.

Prefiro-as não por serem o que são, mas o que somos.
Prefiro-as por dizerem o indizível.
E, mesmo quando de sua inexistência, vêm as vírgulas e os pontos para dizerem o que precisamos, o que queremos calar.

Por isso, meus amigos, escrevo.
Faço porque, como disse o Rei, as cicatrizes falam. (E alto!)
Meu choro não cala, apenas consente.

Prefiro, então, as palavras, porque calam o que eu não me esqueci.

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